A Segurança é considerada um dos pilares elementares da qualidade de vida nas cidades pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, mas é principalmente nestas que se concentram as maiores oportunidades de ocorrência de incivilidades e crimes e, consequentemente, dos maiores sentimentos de insegurança registados. Esta problemática tornou-se ainda mais significativa quando as disparidades e as vulnerabilidades espaciais se acentuaram no período pós-crise (que afetou severamente países como Espanha e Portugal), aumentando as disparidades sócio-territoriais. Espera-se que, com a atual pandemia COVID-19, estas clivagens territoriais e sociais sejam ainda mais exacerbadas.
Porém, apesar do paradigma da segurança ter sofrido alterações aos longos das últimas décadas, de um modelo reativo para um preventivo, a dimensão geográfica da criminalidade permanece frequentemente negligenciada, não só em termos da espacialidade dos próprios eventos criminais, como da associação destes a fenómenos de vulnerabilidade e insegurança urbana. A forma como a população perceciona a sua segurança é de difícil medição e a expressão territorial da criminalidade, a várias escalas (da nacional à local), raramente tem sido objeto de estudo principalmente na sua articulação com as políticas públicas e de segurança.
Com base nestes desafios, pretende-se dar contributos para esta articulação entre as diversas componentes da segurança, os contextos urbanos e as políticas de planeamento, usando como caso de estudo a cidade do Porto, em Portugal. Como fonte de dados, utilizou-se um inquérito à população sobre segurança urbana, sentimento de (in)segurança e qualidade de vida, destinado a residentes permanentes e trabalhadores/estudantes do município do Porto. Este inquérito possui sete grandes grupos de questões, relacionados com Dados sociodemográficos; a Vivência na cidade; o Sentimento de (in)segurança; a relação com o Espaço urbano; os Sentimentos de pertença e de comunidade; as Percepções sobre a criminalidade; e questões de Vitimização e Participação. Analisando uma amostra de mais de 400 inquiridos, comparou-se os resultados do inquérito com análises estatístico-espaciais derivadas de dados provenientes outras fontes oficiais (sócio-demográficas, criminais, entre outras). Desta forma, identificaram-se e comparam-se, à escala local, factores de risco com vulnerabilidades sócio-espaciais e cenários de exclusão social.
A análise comparativa da criminalidade, insegurança e outros fenómenos da vulnerabilidade social, sob uma perspectiva espacial comum, permite suportar o debate sobre estratégias preventivas de base local, adequando-as a comunidades e a contextos urbanos específicos. Os contributos desta análise permitem circunscrever caminhos alternativos para a integração de estratégias preventivas de base local, na prevenção da criminalidade, na redução do sentimento de insegurança e, consequentemente, na redução da vulnerabilidade social.
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Ana Tavares P.T. Amante
Comentó el 11/12/2020 a las 12:38:47
Hola Patricia y Manuel,
Agradecemos as vossas preguntas.
Os fatores de riscos podem ser multivariados. De facto, ao abordarmos várias componentes do domínio da segurança urbana, a investigação pode ficar limitada relativamente a algumas problemáticas sobre a criminalidade, sentimento de insegurança e medo, espaço público, vulnerabilidades, eficácia coletiva, entre outros fatores sobre a vivência da população na cidade. Os resultados aqui apresentados refletem uma análise quantitativa. E estamos conscientes que precisam de ser cruzados com a parte qualitativa do inquérito através de uma análise de conteúdos mais aprofundada sobre a perceção dos locais mais inseguros e quais os fatores que podem influenciar esses sentimentos. Para além disso, esta investigação é um “work-in-progress” e os resultados têm vindo a ser apresentados em reuniões e workshops envolvendo vários atores e parceiros do projeto (por exemplo, Polícia de Segurança Pública, Ministério da Administração Interna, etc) com vista à produção de relatórios de diagnóstico e intervenção específica em determinados contextos territoriais. Muchas Gracias.
Saludos, Ana e Miguel
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Manuel Nevot Navarro
Comentó el 10/12/2020 a las 20:35:02
Estimados colegas:
Cómo indica Patricia, ¿hubo implicación para solventar los problemas?
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Ana Tavares P.T. Amante
Comentó el 11/12/2020 a las 15:30:53
Hola Patricia y Manuel,
Agradecemos as vossas preguntas.
Os fatores de riscos podem ser multivariados. De facto, ao abordarmos várias componentes do domínio da segurança urbana, a investigação pode ficar limitada relativamente a algumas problemáticas sobre a criminalidade, sentimento de insegurança e medo, espaço público, vulnerabilidades, eficácia coletiva, entre outros fatores sobre a vivência da população na cidade. Os resultados aqui apresentados refletem uma análise quantitativa. E estamos conscientes que precisam de ser cruzados com a parte qualitativa do inquérito através de uma análise de conteúdos mais aprofundada sobre a perceção dos locais mais inseguros e quais os fatores que podem influenciar esses sentimentos. Para além disso, esta investigação é um “work-in-progress” e os resultados têm vindo a ser apresentados em reuniões e workshops envolvendo vários atores e parceiros do projeto (por exemplo, Polícia de Segurança Pública, Ministério da Administração Interna, etc) com vista à produção de relatórios de diagnóstico e intervenção específica em determinados contextos territoriais. Muchas Gracias.
Saludos, Ana e Miguel
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Patricia Marisel Arrueta
Comentó el 10/12/2020 a las 01:30:28
Estimados, preguntarles ¿ cuales son los factores de riesgos resultantes del estudio? y en términos de política pública, si a partir de lo observado y los resultados ¿hubo aplicación y/o mediación respecto al tema?
Los saludos. Gracias
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Ana Tavares P.T. Amante
Comentó el 11/12/2020 a las 15:30:04
Hola Patricia y Manuel,
Agradecemos as vossas preguntas.
Os fatores de riscos podem ser multivariados. De facto, ao abordarmos várias componentes do domínio da segurança urbana, a investigação pode ficar limitada relativamente a algumas problemáticas sobre a criminalidade, sentimento de insegurança e medo, espaço público, vulnerabilidades, eficácia coletiva, entre outros fatores sobre a vivência da população na cidade. Os resultados aqui apresentados refletem uma análise quantitativa. E estamos conscientes que precisam de ser cruzados com a parte qualitativa do inquérito através de uma análise de conteúdos mais aprofundada sobre a perceção dos locais mais inseguros e quais os fatores que podem influenciar esses sentimentos. Para além disso, esta investigação é um “work-in-progress” e os resultados têm vindo a ser apresentados em reuniões e workshops envolvendo vários atores e parceiros do projeto (por exemplo, Polícia de Segurança Pública, Ministério da Administração Interna, etc) com vista à produção de relatórios de diagnóstico e intervenção específica em determinados contextos territoriais. Muchas Gracias.
Saludos, Ana e Miguel
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