CÓD.N01-S04-15 ONLINE

Extensão Universitária e a Cultura da Participação: em busca de um modelo de aprendizagem expandido

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm proporcionado múltiplas possibilidades de construção do conhecimento. Não apenas pelo advento tecnológico em si, mas, principalmente, pelas relações e interações estabelecidas. Neste relato, compartilha-se a experiência do projeto extensionista “Oficina de Inovação Jornalística: Diários da Quarentena (planejamento e execução)”, parte do plano emergencial de ensino remoto do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Brasil, durante a Pandemia da Covid-19. O foco dessa discussão é o processo de aprendizagem expandido, colaborativo e aberto à comunidade, mediado por plataformas midiáticas.

Buscando se alinhar com a perspectiva do aluno como sujeito ativo na construção do conhecimento (Paulo Freire, 1996), foi pensada a oferta de uma oficina que reunisse estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área da comunicação, de maneira remota, com a proposta de desenvolver projetos de inovação, de maneira colaborativa e usando os recursos que dispusessem no momento. Setenta pessoas de diferentes partes do país e níveis profissionais/acadêmicos se inscreveram, passando a desenvolver, em etapas, a co-criação. 

A metodologia está alinhada à terceira revolução industrial e suscita uma compreensão do poder lateral (Jeremy Rifkin, 2014). A cada encontro semanal, realizado pela plataforma Jitsi Meet (agosto a dezembro de 2020), tem-se fomentado a substituição das noções de concentração de recursos, regimes exclusivos de propriedade e a busca de interesses individuais pela adoção de modelos de negócios menos hierárquicos e organizados em redes inteligentes. Durante 18 semanas de atividades síncronas e assíncronas, os participantes têm sido incentivados a contribuir com os trabalhos dos colegas, com experiências profissionais, culturais e acadêmicas diversas, a partir do método da sala de aula invertida (Bergmann & Sams, 2007).

Além da colaboração como base para modelos sustentáveis e inovadores, a oficina também se respalda na cultura maker ou DYI (Do it yourself) – Chris Anderson  (2014)  – ao incentivar os participantes a empreender, mesmo com poucos recursos humanos, financeiros e tecnológicos, e a criar redes estratégicas. Nessas experiências, as redes colaborativas e o acesso à informação se destacam como mais importantes do que a propriedade sobre determinado bem, tecnologia e/ou conhecimento, com ênfase para a economia do afeto (Ramon Bezerra, 2019). A partir de ferramentas como Miro.com, Trelo.com, Google Drive, e-mail e whatsApp, os participantes têm realizado trocas de experiências e materiais, com a interlocução das professoras, em momentos síncronos e assíncronos.

Dentre as redes que resultaram dessa oficina destacam-se parcerias para o desenvolvimento de produtos culturais que atendam a pessoas com múltiplas deficiências; a documentação de comunidades indígenas e ribeirinhas do Amazonas e fronteiriças do sul do país (Brasil-Argentina); a co-criação de projetos de promoção da saúde mental em tempos de distanciamento social; e a constituição de redes de produtores culturais independentes.

Do processo colaborativo, observou-se que as propostas se tornaram mais consistentes pelas trocas advindas de profissionais e estudantes de diversos campos e níveis. Acredita-se que essa proposta possa ser aplicada ao ensino remoto, uma vez que atividades lúdicas e realizadas pela construção coletiva do saber se demonstraram efetivas na condução, aproximação e envolvimento dos participantes.

Palabras clave

cultura digital cultura participativa Ensino Remoto Emergencial redes sociais Tecnologias de Informação e Comunicação

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